Por questões políticas, Özil anuncia aposentadoria da seleção alemã

Meia teve problemas com o presidente da federação por conta de suas raízes turcas

Ozil (Alemanha)
Özil disputou 92 partidas pela seleção da Alemanha (Foto: AFP/KENZO TRIBOUILLARD)

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Mesut Özil não jogará mais pela Alemanha. Em tom de despedida, o jogador emitiu um comunicado via Twitter anunciando sua decisão. O meia do Arsenal justificou sua saída da seleção por considerar perseguido pela Federação Alemã de Futebol.

Frequentemente, o jogador expressa suas opiniões favoráveis à imigração e ao multiculturalismo na Alemanha. Özil tem ascendência turca. Suas críticas foram direcionadas ao presidente da Federação Alemã, Reinhard Grindel.


- Em 2004, enquanto você (Grindel) era membro do Parlamento (alemão), você reclamou que "o multiculturalismo é na verdade um mito, uma mentira duradoura", enquanto votava contra a legislação favorável à duplas nacionalidades e às punições por subornos, e também disse que a cultura islâmica se tornou muito entranhada em muitas cidades alemãs. Isto é imperdoável e não se pode esquecer - declarou Özil.

Özil e presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan
Özil com o presidente da Turquia (Foto: Hayhan Ozer / AFP)

A crise entre o jogador e a federação ficou ainda mais evidente após uma foto de Özil e Ilkay Gündogan, outro jogador da seleção alemã, junto com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, no dia 13 de maio, em Londres. O meia afirmou que não quis entrar em polêmica, mas a imagem desagradou a entidade.

- O tratamento que eu recebi da DFB e de muitos outros me fazem não mais querer vestir a camisa da seleção da Alemanha. Eu não me sinto querido e acho que tudo o que eu conquistei desde a minha estreia internacional (na seleção), em 2009, foi esquecido.

No comunicado, que tem três folhas, Özil também se defende das acusações de que a foto com o presidente turco tenha cunho político e declarou que faria mais uma vez.

- Para mim, ter uma foto com o presidente Erdogan não tem a ver com política ou eleições, mas com o respeito que tenho ao mais alto cargo do país de minha família. Meu trabalho é ser um jogador de futebol e não um político. De fato, nós falamos sobre futebol sempre que nos encontramos, já que ele também era jogador na juventude – diz um trecho do documento. - Eu sei que isso pode ser difícil de entender. Um líder político não pode ser separado da pessoa. Mas neste caso é diferente. Eu faria a foto novamente.

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