Blatter abre o jogo sobre corrupção na Fifa, confirma mundial do Palmeiras e critica Neymar

O ex-presidente da entidade disse que a Fifa "foi vítima", "protege" Ricardo Teixeira e afirma "não saber de nada". Suíço também critica sugestão de novo modelo da Copa

Blatter em Moscou
Blatter presidiu a Fifa de 1998 a 2015 (Foto: AFP)

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O ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter, abriu o jogo sobre diversos assuntos que permeiam a entidade e o futebol de uma forma geral. Em entrevista ao 'Uol', o suíço analisou os casos de corrupção e disse "não saber de nada", além de ressaltar que a Fifa foi uma "vítima". Também comentou sobre a organização das Copas do Mundo, incluindo a de 2014, no Brasil e criticou a proposta de um novo modelo com 48 seleções. Blatter comentou sobre a figura de Neymar como ídolo e confirmou que o Palmeiras é campeão mundial.

PALMEIRAS CAMPEÃO MUNDIAL
- Concordamos em reconhecer o Palmeiras. Devemos reconhecer que o Palmeiras foi o primeiro campeão mundial de clubes e ponto final. Foi o primeiro

CORRUPÇÃO NA FIFA
- A Fifa foi sequestrada, foi vítima. Devo dizer que fizeram isso de forma inteligente. Tínhamos a impressão de que a Fifa era a responsável por tudo. Mas, assim que a Copa começou, tudo ficou mais calmo. Claro, até a famosa semi-final entre Brasil e Alemanha.

RICARDO TEIXEIRA
- A última vez que o Brasil ganhou uma Copa foi sob sua presidência em 2002. Mas, em todos os negócios e no futebol, não se pode ser um ditador. Isso não é bom. Na política, em alguns países, você precisa de um ditador. Mas, aqui, no futebol, o exemplo da Alemanha é ainda mais relevante que os casos do Brasil e Argentina. Pelo Brasil, ele foi positivo (Ricardo Teixeira). Para o mundo? Eu não sou juiz

Ricardo Teixeira, presidente da CBF
Ricardo Teixeira é investigado por corrupção (Foto: Acervo)

INOCÊNCIA
- Eu não sabia o que eles estavam fazendo. Eu não era responsável pelo que fizeram. Eu posso ser responsável por não ter visto o que havia um grupo dentro da Fifa que queria tomar a presidência. Fui tolo de não ter sentido isso (...) Podem procurar, nunca vai aparecer, eu não estou na corrupção

CRISE DE 2015
- Eu não renunciei. Coloquei meu mandato à disposição, mas, depois, fui suspenso. Por que coloquei a disposição? Nos EUA, nos disseram que éramos uma organização criminosa. Assim que eu coloquei meu mandato à disposição, fomos considerados vítimas. Depois, em outubro de 2015, fui suspenso. Eu aceitei, mas não deveria. Um comitê não pode suspender um presidente que foi eleito pela assembleia

DOMÍNIO EUROPEU NA COPA
- Hoje, na América do Sul, temos duas federações com um futebol excepcional, que são Brasil e Argentina. O Uruguai também teve essa posição no passado. Mas onde estão os demais? Peru, Colômbia? Deviam estar presentes, mas nã estão. O número de europeus na Copa é maior. Além disso, eu diria que, para os europeus, ter seus jogadores atuando em casa ajuda muito. Não acho que há um declínio do futebol sul-americano. Mas com a exceção do Brasil e Argentina, o restante está dormindo. Eles estão dormindo

França x Croácia
França (2018, foto), Alemanha (2014), Espanha (2010) e Itália (2006): A Copa está sendo dominada pela Europa (Foto: AFP)

NEYMAR
- Ele não é um líder. Ele é um jogador excepcional. Mas não tem o carisma de um líder, como foi Ronaldo

ESTÁDIOS BRASILEIROS DA COPA DE 2014
- Eu disse que poderíamos fazer com nove estádios, mas eles apresentaram um projeto com 17 estádios. (Quem sugeriu) Foi a CBF. O Comitê Organizador, que era a mesma coisa. Dissemos que poderíamos fazer com dez, mas vieram com o argumento de que não estamos num país, mas num continente, e, portanto, deixe-nos jogar em todo o continente. Acabou que fechamos com doze estádios. (...) No caso do Brasil, tivemos uma discussão sobre Manaus. E eles disseram que, depois, seria usado para festivais de música. Esse é o risco de megalomania, quando você quer ser maior que de fato você é

Maracana: Argentina 0 x 1 Alemanha Copa do mundo 2014
Maracanã passou por uma nova reforma para a Copa de 2014 (Foto: AFP)

COPA COM 48 SELEÇÕES
- Desde o começo, eu disse que não vejo isso como uma boa solução. Existem dois motivos. O primeiro deles é mesmo a qualidade. Teremos praticamente um a cada cinco times do mundo na Copa. Mas o outro problema é a forma pela qual foi proposto, com grupos iniciais de três seleções. Isso significa que o último jogo se abra a possibilidade de alguma coisa estranha. Não se pode jogar em grupos de três. Outro problema é que teremos quatro jogos por dia. Eu falo com muitos presidentes de federações africanas e eles estão felizes. Mas não pensam na qualidade da Copa

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