Mesmo sendo sucesso, Disney tinha motivos para acabar com ‘Fox Sports Rádio’; saiba quais

Principal espaço de debate da emissora, 'Fox Rádio' alcançava números impressionantes e derrubava SporTV. Grupo Disney decidiu encerrar programas do canal

Fox Sports Radio
Humor, informação e debate: Fox Sports termina com um dos principais programas esportivos da TV fechada (Reprodução/Twitter)

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O fim de um dos principais programas esportivos do horário da tarde na TV fechada chamou a atenção do público - mas não surpreendeu. Embora fosse um sucesso de audiência, o "Fox Sports Rádio" chegou ao final sem parte dos grandes nomes que elevaram a visibilidade da atração e por decisões internas do Grupo Disney. O LANCE! explica quais são os fatores determinantes para o encerramento do revolucionário programa de debates. 

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1) Desmanche da equipe
Sonhando em abaixar a dívida após a fusão sacramentada pelo Cade, a Disney tentou encontrar caminhos para diminuir os custos sem perder grandes nomes do jornalismo. Contudo, a saída de comunicadores consagrados do programa, como Benjamin Back, Mano e Flavio Gomes, acabou sendo a alternativa que gerou a economia salarial. 

Existem dois lados relevantes: Benja saiu por não aceitar os termos de exclusividade no contrato - assim como Mauro Cezar Pereira e outros -, porém, Flavinho deixou o canal por opção da empresa. A decisão da Disney de eliminar altos salários acabou afetando o "Fox Sports Rádio". De acordo com o Uol, a dívida com os canais Fox Sports giram na casa de R$ 120 milhões.

Sem três grandes personagens da atração, Fábio Sormani, Oswaldo Pascoal e Felippe Facincani se mantiveram na bancada virtual e se dividiram em outros programas durante o mix na empresa.

2) Sucesso de audiência
Entre 2019 e 2020, a Disney viu a seguinte realidade: obrigada pelo Conselho Administrativo da Defesa Econômica (Cade) a unir ESPN Brasil e Fox Sports, os mandatários do canal precisavam saldar um dívida antiga e, ao mesmo tempo, trazer o público para um novo espaço comum. A decisão, no entanto, foi diminuir os altos valores da Fox.

Líder de audiência durante as tardes da TV fechada, o "Fox Sports Rádio" dominava o público jovem com um programa com polêmicas, desentendimentos, humor e informação. A emissora chegava a derrubar o poderoso SporTV, que costuma a vencer outros canais esportivos em audiência.

Além disso, a expectativa dos dirigentes da fusão era deixar a Fox apenas com o determinado pelo Conselho, sendo um espaço de transmissão integral da Libertadores e manutenção dos "programa atrativos", de acordo com o Uol. A prioridade é a ESPN Brasil e a Fox deixaria de existir em janeiro de 2022.

Benjamin Back aposta
Apresentador Benjamin Back paga promessa ao vivo (Reprodução/Fox Sports)

3) Inovação na hora do almoço
O público que ligasse a TV fechada no período do almoço e quisesse assistir esporte teria três grandes nomes de programas esportivos: "Seleção SporTV", na época com um perfil mais rígido, com poucas polêmicas e humor, liderado por Marcelo Barreto, "Linha de Passes", na ESPN, e o revolucionário "Fox Sports Rádio".

Embora o programa recebesse críticas pelo tom elevado de alguns comentários ou pelo excesso de brincadeiras, os números comprovavam o sucesso que a atração fazia - desde 2013, quando o programa ganhou o rosto com que ficou conhecido. Sormani, Pascoal, Mano, Flavinho e Benja criaram um formato que impulsionou a emissora, inclusive tendo sido feito em moldes diferentes durante as transmissões de Copa do Mundo - a Fox esteve em 2014, no Brasil, e 2018, na Rússia.

Além da informação, o programa se notabilizou por dar voz ao público nas redes sociais, trazer os debates quentes e as discussões dos botecos para a TV - formato que era pouco explorada além da TV aberta. O novo estilo de informação e entretenimento acabou fazendo ESPN e SporTV mudarem - e com força - seus formatos no mesmo horário. Contudo, a saída de algumas figuras importantes no debate e a questão monetária falaram mais alto. 

Além de Mauro Cezar e Benja, outros destaques do jornalismo esportivo deixaram o canal. Dona de grande parte dos direitos de transmissão das principais ligas internacionais - NBA, NFL, Libertadores, entre outros -, o Grupo Disney seguirá priorizando a redação, em São Paulo, da ESPN. No Rio, o luxuoso prédio que abrigou o sucesso de audiência "Fox Sports Rádio" deixa de vez de receber a atração - que já vinha sendo gravada via internet por conta da pandemia de coronavírus.

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