Fernando admite que remédio levado à Rússia era para o sogro

Robson Oliveira foi a Moscou para trabalhar na casa do jogador, mas foi detido no aeroporto com remédio proibido na Rússia

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Levados por Robson em duas caixas de comprimidos, o remédio Mytedom é legal no Brasil (Ian MacNicol/Getty Images)

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O volante brasileiro Fernando falou pela primeira vez sobre a prisão de Robson Oliveira. Detido na Rússia há mais de cinco meses, Robson foi a Moscou para trabalhar na casa do jogador, mas entrou no país com comprimidos de um remédio para dores crônicas proibido em território russo e foi preso sob acusação de tráfico de drogas e preparação para o tráfico. O jogador se pronunciou ao "Globo Esporte" por meio de um vídeo enviado por sua assessoria.

Fernando admitiu saber que o remédio era para seu sogro William Pereira de Faria.

- Falei desde o primeiro momento, quando eles foram parados no aeroporto, a gente imediatamente mandou o prontuário, receita, passaporte do meu sogro, tudo que fosse necessário pra provar que o remédio era do meu sogro, porque realmente o remédio era do meu sogro. Em momento algum a gente escondeu qualquer coisa do tipo. Se não ficou claro, estou aqui abertamente falando: o remédio era para o meu sogro - disse o jogador.

A declaração chamou atenção por contradizer um depoimento que Fernando deu à polícia russa ainda em junho, três meses depois da prisão de Robson. Na ocasião, o volante disse não saber como os remédios foram recebidos pelo detido no Brasil, e nem a forma de entrega. Fernando comentou também que não mantinha contato com o sogro.

Nos vídeos enviados pela assessoria, o volante disse ter ajudado Robson durante o episodio.

- Desde o começo, a gente fez de tudo para que o Robson saísse de lá. Mas, infelizmente, só com as nossas forças isso não está sendo suficiente - garantiu.

O ex-jogador da Seleção Brasileira contou que só soube dos remédios quando Robson foi detido no aeroporto russo.

- Até esse momento a gente não sabia. Aí que a gente perguntou, e a gente entendeu que meu sogro tinha pedido esse medicamento para ele. Até o momento a gente não sabia que o medicamento era para o meu sogro. A gente não sabia nem que o medicamento estava indo junto da mala. A gente só ficou sabendo depois - disse Fernando.

Atualmente, Fernando atua na China. O jogador não deixou de explicar sua transferência do futebol russo.

- Saí do Spartak porque foi uma proposta interessante profissionalmente para mim. Meus objetos permaneceram na casa porque a casa é minha, então não teria porque sair correndo com um monte de coisa nas mãos - comentou.

De acordo com o atleta, o suporte a Robson seria prestado independente da distância atual à Rússia.

- Eu não tenho como falar isso: "Olha clube, você me compra, você me vende". O que acontece é que no futebol existem coisas que muitas vezes são interessantes para as partes, no caso para o clube que me vendeu, para o clube que estava me comprando, para mim profissionalmente. E sobre a situação do Robson, isso não está em questão também. Vou ajudar o Robson em qualquer lugar que eu esteja. Independentemente de onde vou estar - contou.

Fernando também fez um apelo para que as autoridades brasileiras procurem ajudar Robson.

- Eu venho aqui, através da minha imagem, pedir para que as autoridades da Rússia e do Brasil, principalmente, possam se sensibilizar com essa situação do Robson. Para que possam entrar em contato com o governo da Rússia e dessa forma possam pedir a deportação do Robson o mais rápido possível - completou.

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