Ana Moser diz que ‘cansou’ de embate ideológico com Ana Paula Henkel e elogia ‘voz ativa’ de Carol Solberg

Segundo a ex-jogadora, Henkel viveria uma 'personagem' que teria passado dos limites e não adiantava 'bater boca' nas redes pois isso não mudava a opinião das 'bolhas'

Ana Moser e Ana Paula Henkel
Ana Moser e Ana Henkel fizeram parte da geração de bronze do vôlei brasileiro (Arte Lance! Fotos: Divulgação / COB; Reprodução)

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A ex-jogadora de vôlei Ana Moser comentou em entrevista ao programa 'Pequeno Grande Círculo', do 'SporTV', que desistiu do embate ideológico com Ana Paula Henkel, que assim como ela, foram membros da geração de bronze (Atlanta, 1996) do vôlei feminino brasileiro. As duas, que representam visões ideológicas político-sociais totalmente antagônicas, protagonizaram debates acalorados nas redes sociais nos últimos tempos.

Ana Moser afirmou que Ana Paula usa de uma 'personagem' para falar com o seu público e que isso fez com que ela 'passasse dos limites'. Além disso, Moser explicou que a atitude de não entrar mais em conflito com Henkel ajuda a não alimentar as 'bolhas' de seguidores da ex-colega de Seleção Brasileira.

- Tem outras personalidades que criam outros personagens em cima de outras estratégias de comunicação. Essa, que especialmente a Ana Paula usa hoje em dia, passou de todos os limites, dentro de uma estratégia de comunicação, de uma ideologia. E, muitas vezes, passa por cima de uma série de coisas. Hoje, sou uma observadora. Desde que a coisa perdeu um pouco o tom, percebi que não adianta bater boca na rede social porque ninguém está prestando atenção a não ser nas próprias bolhas – afirmou.

Segundo Moser, essa retroalimentação de discursos por parte de Henkel tem o objetivo de agir com uma espécie de 'cortina de fumaça', quando uma pessoa toma uma atitude muitas vezes polêmicas para ocultar outras situações mais importantes que acontecem ao mesmo tempo.

- Na verdade, ela fala para muito mais gente. Só ver o número de seguidores, ela chegou em um outro ponto. Essa estratégia de comunicação é clara. O que eu falo é que não adianta argumentar, tem muita pegadinha, parece que você precisa estar sempre reagindo a alguma coisa. Ela fala absurdos, e a gente tem que reagir em cima. Eu acho que não adianta ser reativo, só alimenta o outro lado. São tiros e porradas para todo lado, causando a distração para as coisas importantes que estão nas entrelinhas, debaixo do pano. Nesse processo de uma crise que vem de vários anos, perdendo o muito de nossa riqueza e nossa autonomia - concluiu.

Em outro ponto de debate, Moser relembrou o caso em que a atleta de vôlei de praia Carol Solberg gritou 'Fora, Bolsonaro', ao vivo, no 'SporTV', e analisou a situação a qual a atleta foi submetida - ela chegou a sofrer represarias da CBV por causa de um possível descumprimento contratual por ter se posicionado politicamente.

- A participação dos atletas (em posicionamentos sócio-políticos) é importante para várias causas. Símbolos como a Carol Solberg são importantes. A discussão, mais do que se podia ou não falar, era porque tinha um contrato de ética, que obrigava certas coisas. Na verdade, se os não assinassem, não jogam, não existe. Discussão que não faz sentido. A discussão é esse código de ética e a participação dos atletas. E você tem o amadurecimento da participação dos atletas, cada vez melhor e em atletas em atividade.

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