‘Subir’ para Potosí no dia do jogo pode ajudar Flu, aponta profissional

Equipe tricolor teve de mudar logística por problemas no aeroporto de Sucre. Gerente científico do Estoril (POR), Alex Evangelista fala sobre estratégias para jogos na altitude

Abel Braga com elenco durante treino (Lucas Merçon / Fluminense F.C.)
 (Lucas Merçon / Fluminense F.C.)

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A logística do Fluminense para a partida contra o Nacional Potosí (BOL) teve de sofrer uma alteração de última hora por conta do fechamento de estradas e aeroporto de Sucre - consequência de intensos protestos contra o governo boliviano por conta da divisão de royalties do campo de gás de Incahuasi, no sudoeste do país. O duelo vale vaga na segunda fase da Sul-Americana e o time de Abel Braga leva vantagem após ter vencido o primeiro encontro, no Maracanã, por 3 a 0.

A delegação tricolor, agora, vai para Santa Cruz de La Sierra, onde realizará atividades no centro de treinamento do Blooming, e partirá para Potosí - que fica a mais de 4 mil acima do nível do mar - apenas no dia da partida.

A ida para Sucre, que fica a 2,8 mil metros, estava relacionada, justamente, a uma adaptação preliminar à altitude. Porém, a decisão de ir horas antes do confronto pode ter pontos positivos.

Alex Evangelista, ex-gerente científico do Vasco e atualmente no Estoril (POR), ressaltou a dificuldade em se aliar o calendário necessário para a preparação para jogos destes moldes e outras competições, mas apontou que, nestes casos, ir no dia da partida pode ser a escolha mais acertada.

- Primeiramente, precisamos avaliar a dificuldade que os profissionais que estudam essa estratégia têm em ajustar a tabela que está competindo no Brasil e a tabela internacional. O ideal, em níveis tão acima do mar, é ir com, pelo menos, 10 dias de antecedência para que se haja toda uma adaptação relacionada ao sangue e à oxigenação. Mas se fizer isso, não joga o Campeonato Brasileiro. Então, na minha concepção, é melhor ir próximo e se adaptar à velocidade da bola. No aquecimento, já produzir aquecimento de acordo com isso. É muito pouco tempo, mas só tem isso a fazer - disse, em conversa ao L!

O profissional lembra ainda alguns cuidados que, geralmente, são tomados para compromissos como esse que o Fluminense terá quinta-feira.

- Para níveis tão altos, é preciso fundamentalmente, produzir algumas estratégias metabólicas, como administrar ferro, porque facilita esse carregamento do oxigênio, e ter uma alimentação adequada. Algumas leguminosas são bastante produtivas. E tem outras coisas importantes, como o uso de balões de oxigênio de forma balanceada - afirmou Evangelista, que completou:

- Para quem não está adaptado à altitude, já é difícil. Nada é fácil. Tem de buscar minimizar esses problemas.

Para o caso de Abel Braga ter a intenção de utilizar algum jogador que estiver retornando de lesão ou em um condicionamento físico um pouco abaixo, de acordo com o fisioterapeuta Frederico de Oliveira Meirelles, mestre em ciências do exercício do esporte pela UERJ, professor da Estácio de Sá e membro da Câmara Técnica de Fisioterapia e Traumato Ortopedia do Crefito 2.

- No que diz respeito à fisioterapia, isso (mudança na logística) pode ser importante, sim. Principalmente se tem algum atleta lesionado que ainda tem alguma expectativa de jogar. Aqueles atletas que estavam parados, mas com chance de jogar, possívelmente estão com condicionamento físico abaixo do restante do grupo e isso pode ter interferência importante nesta possível volta deles - ressalta.

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