Flu soma prejuízos no Maracanã e quer se recuperar com Ganso

Tricolor aposta que, após a chegada do meia, clube terá mais arrecadação com o sócio-torcedor e mais público no estádio

Maracanã - Fluminense
Fluminense vem tendo prejuízos no Maracanã (Foto: Divulgação/Fluminense)

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Os altos custos do Maracanã e do Campeonato Carioca já refletiram em todos os clubes do Rio de Janeiro nesse início de temporada. Com problemas desde 2018 por conta dos prejuízos no estádio, o Fluminense é uma das equipes que seguem acumulando dívidas em 2019. E esse número já chega a altas cifras, causando a revolta de torcedores e críticas à administração do local.

Até o momento, o saldo do Flu é de um déficit de R$ 595.834,59, valor que poderia ser maior se não fosse a cota fixa recebida pelo Tricolor no clássico contra o Vasco, vendido pelos rivais para o Mané Garrincha, em Brasília. Se considerados os números apenas como mandante, os números chegam a R$ 845.834,59.

Se somarmos os valores dos quatro clubes grandes do Rio de Janeiro, o lucro total é de R$ 531.374,28, enquanto o prejuízo chega a incríveis R$ 1.967.801,44. Fato é que algumas receitas que diminuem esses valores, como sócio-torcedor, que paga antecipado, e receita de bares, por exemplo, não entram nos borderôs divulgados pela Ferj após todas as rodadas.

Com a chegada de Paulo Henrique Ganso, a ideia do Fluminense é alavancar ainda mais o sócio-torcedor e também levar mais pessoas ao estádio, diminuindo o impacto dos altos custos operacionais do Maracanã. A expectativa é que o meia faça sua estreia pelo Tricolor no dia 22 de fevereiro, contra o Bangu, fora de casa. Em duelo pela estreia na Taça Rio. O primeiro jogo no Maraca seria em 1º de março, contra o Resende.

A chegada do reforço, inclusive, fez com que a crise financeira vivida pelo clube ficasse em segundo plano agora. A mudança no ambiente do Flu deixou alguns temas como as novas eleições e salários atrasados com um peso diferente nesse primeiro momento.

Em nota enviada à imprensa na última semana, a concessionária do Maracanã se defendeu e explicou os custos operacionais para a realização de jogos no local. Entre os tópicos, os administradores argumentaram que "a única remuneração da concessionária que administra o Maracanã é de R$ 120 mil por partida e R$ 150 mil nos clássicos" e que essas quantias não cobrem todos os gastos necessários para manter o estádio anualmente.

Veja a nota do Maracanã:

. É preciso diferenciar o que é o custo de uma partida e o que é despendido para a manutenção do estádio estar sempre seguro, atualizado e confortável para os torcedores do primeiro ao último jogo da temporada.

. A operação e o custo das partidas, desde 2017, está sob a responsabilidade dos clubes, que negociam diretamente com os fornecedores. A operação dá conta de despesas que existem em todo e qualquer estádio do mundo, como água, energia, seguranças, orientadores e funcionários de limpeza, por exemplo.

. É importante ressaltar que parte significativa desses custos dizem respeito à segurança dos torcedores. No último jogo, entre Flamengo e Cabofriense, no dia 3/02/19, foram mais de 475 seguranças privados que, somados aos policiais do BEPE, formaram um efetivo de 695 pessoas.

. As contas públicas (água, energia e gás) são medidas somente para o período da partida. Ou seja, os clubes só pagam o que é consumido durante o jogo.

. Os clubes também são os responsáveis pela bilheteria e pela definição dos preços dos ingressos, que via de regra está atrelada aos respectivos programas sócio torcedor ou similares.

. As receitas provenientes destes programas de sócios torcedor ou similares não aparecem no borderô das partidas.

. As receitas dos times de futebol mandantes durante os jogos no estádio não se resumem apenas à bilheteria da partida. Pelos contratos estabelecidos entre o Maracanã e o clubes, estes recebem percentuais das receitas de alimentos e bebidas, bem como valores oriundos da venda de camarotes.

. Reiteramos que a única remuneração da concessionária que administra o Maracanã é de R$ 120 mil por partida e R$ 150 mil nos clássicos. Esses valores foram solicitados pelos clubes numa reunião realizada em 14 de janeiro na FERJ.

. É com este recurso que a empresa mantém o estádio sempre atualizado e com a manutenção em dia. Está no contrato de concessão, por exemplo, a correta amortização e depreciação dos equipamentos e espaços. Em linhas gerais significa que a concessionária deve trocar equipamentos que se depreciam ou quebram ao longo do tempo, como lona da cobertura, telões, subestações de energia, sistema de segurança, ar-condicionado, elevadores, catracas, cadeiras e outras dezenas de itens.

. As receitas obtidas pela concessionária por meio do aluguel do Maracanã nos jogos não cobrem todas as despesas necessárias para manter o estádio anualmente. É por esse motivo que o Maracanã viabiliza receitas por meio do conteúdo futebol, das dezenas de propriedades do estádio e também através do desenvolvimento do entorno do Maracanã.

. A simples leitura do borderô das partidas, portanto, mostra apenas parte dos recursos que são movimentados durante um jogo de futebol.

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