Oswaldo diz que não se arrepende de gesto obsceno e revela que Ganso não pediu desculpas

Ex-técnico do Fluminense foi o convidado do Programa 'Seleção Sportv' e abriu o jogo

Fluminense x Avaí - Oswaldo de Oliveira
Oswaldo não tem arrependimentos na passagem pelo Flu (Foto: Lucas Merçon/Fluminense)

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Demitido do Fluminense depois de se envolver em uma polêmica com o meia Ganso, Oswaldo de Oliveira foi o convidado do programa "Seleção Sportv", desta quinta-feira. Na primeira entrevista após a saída do clube das Laranjeiras, o treinador abordou temas como o desentendimento com o meia Paulo Henrique Ganso, a relação entre atletas e técnicos e o gesto obsceno para os torcedores nas arquibancadas do Maracanã.

Oswaldo deu detalhes do que ocorreu no vestiário após a discussão com Ganso durante o jogo. Ele diz que o atleta não pediu desculpas. 

– Tomei uma atitude no final do jogo, deixei dar uma acalmada, chamei o Paulo Henrique para um abraço. Nós dois estávamos ali para resolver a situação, não para criar problema, o Fluminense está acima do nosso orgulho, da nossa vaidade. Precisávamos pensar primeiro no clube. Não houve um pedido de desculpas dele. Ele aceitou o abraço, nós confraternizamos, mas não houve um pedido de desculpas – contou.

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O treinador também esclareceu as circunstâncias em que se deram a substituição de Ganso por Daniel, na partida contra o Santos. Segundo Oswaldo, o meia o ofendeu ainda quando estava em campo.

– Gostaria de esclarecer que o jogador não se ofendeu porque eu tirei ele do jogo. Eu tirei ele do jogo porque ele me ofendeu, é diferente. Gritei pra ele "volta, volta, volta" quando perdemos a posse de bola e neste momento ele me ofendeu. Eu pensei “não dá para ele continuar no jogo depois do que ele disse para mim”. Ele como capitão na partida seguinte foi uma punição ainda maior pra mim. Não tenho como dizer que compreendo uma situação dessas – criticou o treinador.

Sem arrependimentos

Apesar do desfecho diferente do esperado na passagem pelo Flu, Oswaldo também garantiu não ter nenhum arrependimento da experiência.

– De jeito nenhum. Claro que as coisas não aconteceram da forma que eu gostaria, mas arrependimento, não. Treinador quando assume a equipe durante a temporada, é porque as coisas não estão indo bem. A não ser que treinador vá para Seleção, tenha convite da China, mas normalmente é quando o percurso está atribulado. Eu sabia que teria problemas e dificuldades - comentou.

O experiente treinador também disse não ter qualquer sentimento de culpa sobre o gesto obsceno em direção a torcedores do Fluminense na saída para o vestiário do Maracanã. A atitude foi apontada pelo presidente Mário Bittencourt como principal motivo da demissão.

– Não me arrependo. Eu fui convidado para trabalhar no Fluminense para ajudar, não para ser achincalhado. Um estádio inteiro ofender uma pessoa não pode ser uma coisa considerada normal. Um grupo de quatro, fazendo menção à sua família sistematicamente durante algum tempo, aquelas ofensas vinham na minha cara. Não foi uma coisa premeditada, mas eu tive uma reação contra aquela coisa pontual que estava acontecendo ali – analisou.

Mudanças no futebol

Com 44 anos de carreira, Oswaldo disse ter visto muitas mudanças no futebol, a principal delas é na relação entre clubes e atletas. Para ele, as boas condições financeiras dos atletas contrasta com a condição econômica delicada da maioria das instituições, o que torna os treinadores reféns dos jogadores e empresários.

– Pela situação financeira que a maioria dos jogadores têm hoje, os clubes são reféns dos jogadores e dos empresários e, em alguns casos, dos torcedores também. Isso tira muito a autonomia do treinador. Um treinador que se impõe e assume um ponto de vista sofre as consequências - ponderou.

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