Angioni é apresentado no Flu e rejeita rótulo: ‘Não sou ultrapassado’

Novo diretor de futebol do tricolor carioca afasta qualquer imagem de dirigente ultrapassado e afirma que pretende implementar uma nova filosofia nas Laranjeiras

Marcelo Oliveira e Paulo Angioni
Paulo Angioni foi apresentado ao lado de Marcelo Oliveira, novo técnico do Fluminense (Foto: Alexandre Araújo)

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Novo diretor de futebol do Fluminense, Paulo Angioni foi apresentado na tarde desta terça-feira no CT Pedro Antônio, na Barra da Tijuca, e fez questão de afastar qualquer imagem de dirigente ultrapassado, como muitos o rotularam quando houve a confirmação do acerto com o Tricolor.

O dirigente salientou que, constantemente discute futebol e está ciente do que acontece em diversas vertentes:

- A palavra ultrapassado, para mim, é um pouco pejorativa. Ultrapassado é aquela pessoa que para de pensar, que deixa de evoluir, que vira velho. Eu sou uma pessoa que gosta de exercitar o diálogo, criei seminário e conversava sobre futebol com jovens. Eu me incluo no "novo". Eu sou estudioso. Exercito com esse novo. Criei um dos maiores fóruns de debate sobre futebol no país. Respeito a opinião de cada um, mas, com certeza, não sou ultrapassado - disse.

Em conversa com a imprensa, Angioni revelou que o Fluminense é o seu clube de coração e, além disso, garantiu querer implantar uma nova forma de ser ver o futebol, driblando as questões financeiras que afastam o Tricolor de outras instituições que disputam o Campeonato Brasileiro.

- Não vim por desafio. Nasci Fluminense, e não é clichê, e o Fluminense tem uma das coisas mais lindas do futebol. Se forem analisar a complexidade que é disputar um Brasileiro que é capitalista, com a disparidade financeira, tem 10 ou 12 equipes que entram para sofrer. Tive três temporadas no Bahia. Subi para a Série A e sei a dificuldade de se manter. E onde está a beleza do que o Fluminense pensa? Naquilo que o futebol brasileiro esqueceu, que é formar jogador. Se o Fluminense conseguir êxito no Brasileiro, vai patentar uma nova forma no futebol, onde o grande capital não vai influir tanto no andamento de uma competição. Se isso vier a se consolidar, teremos um futebol menos sofrido e mais eficaz. Por isso, entendi que o Fluminense era um projeto interessante para mim - afirmou.

Veja outros tópicos da entrevista do dirigente:


Reforços

Quando conversávamos, ele perguntou se houvesse possibilidade de uma ou outra contratação, e ele estipulou três, o Fluminense teria condição de ir ao mercado. Eu disse que sim, até pela relação que temos, conseguiríamos inviabilizar alguns nomes dentro da realidade. A partir do momento que ele me passar isso, vamos tentar acertar isso dentro do planejamento do Fluminense.

Foco na base?

Sim (foco na base). Categoria de base, todo clube brasileiro faz e faz bem. Conheço a maioria porque faço exercício com essas pessoas.

Driblas dificuldades

Futebol tem contaminação muito rápida. Tem modismos, parece até desfile de passarela. Está na hora de ir de forma diferente. E se discute muito pouco o futuro. Glamour faz com que você se equivoque. Isso vem de uma cadeia de muito tempo e as grandes instituições do futebol estão mergulhadas em problemas financeiros. Continuar com isso, é continuar com erro. Não é um projeto só com a base, é criar protocolo. As instituições não têm protocolo. Clube tem de contratar profissional e o profissional saber qual a linha do clube. E isso acredito que o Fluminense pode fazer. Para viver dentro do seu mundo real, tem de ser criativo. Tem de ter contratação, mas dentro do projeto financeiro.

Houve erro de planejamento na formação do elenco?

Gosto de olhar o que pode ser futuro. Vamos analisar isso. Quando o Marcelo falou algo em torno de duas ou três contratações, provavelmente entrou nesse ângulo. Sou um pouco diferente dos profissionais da minha área. Gosto do contraditório. Não sou técnico na área de contratação. Sou muito mais de inviabilizar àquilo que a instituição tem como meta. Futebol, para mim, tem três vertentes claras. Antigamente, se olhava técnica. Eu não olho só a técnica. Olho essa característica também com o que eu penso no futebol futuro, na saúde e na inteligência. Quando vai ao mercado, se obriga a olhar esses três quesitos. Contratar um jogador passa por série de requisitos para que não se haja equívoco. Contrata, depois vê que não é suficiente e fica com a despesa.

Programação

Primeira conversa que tive com ele (Marcelo Oliveira), estavam esboçando programação e me parece que tem dois jogos-treino, em princípio, podendo ser três, neste período.

Possível recusa de jogador por salário atrasado

Fluminense é uma grande instituição. Descarto qualquer possibilidade de alguém descartar um convite de vir para cá. Isso é rotina em todos os clubes do Brasil. E Fluminense é uma das grandes referências do futebol brasileiro.

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