Contrato com o Maraca está perto de ser assinado e projeto da Ilha do Urubu é um sucesso, diz Bandeira

Em entrevista ao "Seleção Sportv", o presidente do Flamengo comentou a nova política de preço dos ingressos, projetos para a construção do estádio próprio e utilização da Gávea

Eduardo Bandeira de Mello - Flamengo
(Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

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O presidente Eduardo Bandeira de Mello, em entrevista ao "Seleção Sportv", confirmou que o Flamengo está bem perto de assinar um contrato de quatro anos pela utilização do Maracanã. De acordo com o mandatário, as condições para mandar os jogos no local serão melhores do que as atuais, mas estarão longe do ideal - o que só acontecerá caso o Fla seja concessionário do estádio.

Bandeira deixará a presidência este ano. Por isso, fez questão de ressaltar que o contrato só será válido após aprovação do Conselho Deliberativo do clube.

- Estamos em vias de fechar um contrato de mais longo prazo em condições melhores do que temos hoje. Longe do ideal ainda. Estamos na fase final do fechamento dessas condições. Melhor que hoje, com obrigações e direitos, mas ainda longe do ideal, o que só conseguiremos quando o Flamengo puder se habilitar como concessionário - declarou o presidente Bandeira de Mello.

'Tenho muito apreço (pelo projeto do estádio da Gávea), mas isso não exclui a possibilidade da administração do Maracanã ou a construção de um estádio maior', disse o presidente Eduardo Bandeira de Mello.<br>

O presidente ainda afirmou que, além da proximidade de um acordo com o Maracanã e a ideia de, no futuro, disputar a licitação do Maracanã, o clube trabalha com outras duas possibilidades e projetos: a construção do estádio próprio e a reformulação do estádio da Gávea para partidas de menor porte.

A reestruturação financeira do clube, realizada na gestão de Eduardo Bandeira de Mello desde 2013, colocou o clube em condições de viabilizar tais projetos. Segundo o presidente, o custo da construção do estádio giraria entorno de R$ 500 milhões.

- Trabalhamos com as possibilidades (ser concessionário do Maracanã e construir o estádio próprio). É nossa obrigação. Todos entendem que o Maracanã é a casa do Flamengo. Os grandes públicos foram com a torcida do Flamengo. Não se imagina o Maracanã em um projeto rentável sem o Flamengo. Isso não exclui os outros clubes, que também fazem parte da história. Acho que isso (garantia de todos mandarem jogos no estádio em condições sustentáveis) deveria fazer parte do edital - declarou Eduardo Bandeira de Mello, antes de completar sobre o estádio da Gávea:

- Também não está descartada a possibilidade de um estádio menor na Gávea. Entendo que seria um projeto altamente positivo para a comunidade ao em torno, que só se valorizaria com o projeto, que contaria com restaurantes, lojas, museu.. Não há mais problema de acesso. Há três estações de metrô próximas.

PARA PRESIDENTE, ILHA DO URUBU É UM SUCESSO

Com o Maracanã envolvido em um imbróglio judicial, o Flamengo adotou o estádio da Portuguesa, na Ilha do Governador, como casa em 2017. O clube investiu cerca de R$ 20 milhões na estrutura e no local, que, no início do ano, sofreu com as quedas de dois postes de iluminação por conta das chuvas.

Desde então, o Flamengo não atua no local. O contrato com a Portuguesa é válido até o fim de 2019. Apesar dos problemas e do alto custo, Eduardo Bandeira de Mello avalia o projeto da Ilha do Urubu como um sucesso.

- Teve problemas por conta das quedas, tivemos outros problemas que não dizem respeito ao Flamengo. Nos entendemos a Ilha como um seguro. Tivemos problemas (para mandar jogos no Rio). Em 2016, jogamos o Brasileiro todo como visitantes. Então, a Ilha era um seguro que permitiu o Flamengo jogar 2017 sem desgastar o elenco e em condições boas, com a torcida ao lado. Isso foi conseguido. Como um seguro, o projeto foi um sucesso - avaliou Bandeira.

Atualmente, a previsão é de que o estádio esteja em condições de receber partidas é para depois da pausa para a Copa do Mundo da Rússia, em julho. Segundo o presidente, o retorno dos jogos à Ilha não está descartada.

Bandeira ainda revelou que existe a possibilidade transferir para a Gávea a estrutura que o Flamengo investiu no estádio que pertence à Portuguesa.

- Ainda não foi descartado, mas se tivermos que trazer o equipamento para a Gávea já temos a autorização para fazer um estádio provisório de pequeno porte, o que seria um "test-drive" para a construção do estádio na Gávea.

Confira outras respostas de Eduardo Bandeira de Mello ao "Sportv":

MARACANÃ X ESTÁDIO DA GÁVEA

Temos essa perspectiva. Se formos concessionários, teremos que fazer investimentos para transformar o estádio em um projeto rentável. Mas não podemos garantir que esse ou o próximo governo fará uma licitação que o Flamengo possa disputar. Então temos que trabalhar com a possibilidade de estádio próprio, que hoje é viável por conta da solidez financeira do clube.

ESTÁDIO CHEIO OU RENDA ALTA

As duas coisas. Temos que balancear os dois objetivos: atender o torcedor, sempre que possível com preços acessíveis, sem descuidar da saúde financeira. Tudo que fazemos, inclusive esse movimento de baratear, vai ser sempre em função da nossa política de saúde financeira.

PARTICIPAÇÃO DA BILHETERIA NA RECEITA DO CLUBE

Comparando com outras fontes, TV, Sócio, Patrocínio, não é tão expressiva, mas não podemos abrir mão delas. Trabalhamos para maximizar as receitas nessa rota de solidez financeira.

PRECIFICAÇÃO DOS INGRESSOS

Nós já vínhamos trabalhando no projeto, nossa diretoria de marketing há algum tempo com alguns grupos de sócios e os próprios jogadores haviam pedido quando fosse possível. Tudo isso contribuiu. O treino aberto, muita gente pôde participar daquela festa. Pagamos 400 mil para realizar aquela festa e valeu muita a pena, só pelo sorriso de algumas crianças que nunca tinham ido no Maracanã.

INFLUÊNCIA DAS ELEIÇÕES NOS PROJETOS

Nossa obrigação é deixar tudo encaminhado. Tendo uma mudança na administração, pode-se mudar tudo. Não podemos garantir. Temos que fazer tudo para que eles sigam essa trajetória que tomamos nos últimos cinco anos.

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