T. Neves, Edilson, Dedé: ‘tretas’ de Ceni com medalhões do Cruzeiro

O treinador da Raposa tentou impor o seu estilo, mas bateu de frente com alguns dos principais líderes da equipe estrelada, dificultando o seu trabalho em BH

Rogério Ceni - Cruzeiro
Ceni 'trombou' de frente com líderes do grupo celeste, mas vem recebendo apoio dos torcedores (Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro)

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Desde a sua chegada ao Cruzeiro, no dia 11 de agosto, Rogério Ceni sabia que teria um desafio grande para reerguer a Raposa, que estava em declínio sob o comando de Mano Menezes e precisava de uma nova forma de jogar para reagir na temporada.

O time mineiro foi eliminado na Libertadores, na Copa do Brasil e luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro com 19 pontos em 21 jogos.

Porém, o treinador, vindo do Fortaleza e com enorme história no futebol, teve mais dificuldades do que ajustar o esquema tático da equipe. Rogério encontrou um ambiente com jogadores vencedores no clube, vindo de um bicampeonato da Copa do Brasil em 2017 e 2018, mas como todo local de trabalho em que pessoas tiveram grandes conquistas, também sentiu que havia alguma acomodação entre nomes de peso do elenco.

Rogério Ceni, que sempre foi um líder por onde passou, tentou rapidamente impor seu estilo de trabalho, pois queria provar para que daria conta de comandar uma equipe grande, depois de se dar bem no Fortaleza e sair do São Paulo brigado com a diretoria.

O estilo mais direto do treinador agradou no início, mas rapidamente vieram os primeiros atritos. O símbolo dos embates entre o técnico e os jogadores foi o meia Thiago Neves.

O camisa 10 da Raposa criticou publicamente Ceni ao deixar Edilson fora do jogo contra o Internacional, pela Copa do Brasil. O treinador respondeu que Edilson não estava em suas melhores condições físicas, optando por improvisar o volante Jadson. Daí em diante vieram outras situações de atrito, que culminaram na exigência de Dedé em recuperar o futebol de Thiago, após o empate por 0 a 0 com o Ceará, na última quarta-feira, 25 de setembro, pelo Brasileiro.

O LANCE! fez um resumo das “tretas” de Rogério Ceni com medalhões do Cruzeiro desde que assumiu o cargo. O treinador comandou o time em oito jogos, com duas vitórias, dois empates e quatro derrotas.

O estopim de tudo: Thiago Neves

O treinador iniciou sua passagem na Raposa com um atrito direto com Thiago Neves, quem vem de um ano irregular, com altos e baixos, mas ainda estava com prestígio com a torcida por fazer gols em jogos importantes. Thiago cobrou publicamente Ceni pela escalação que pôs em campo contra o Internacional, pelo jogo de volta da Copa do Brasil. Neves queria entender o motivo de Edilson, seu amigo, não ter sido escalado, ao invés de Jadson como lateral-direito.

Rogério respondeu que Edilson não estava em boa forma física, por isso optou por Jadson na lateral direita.

Thiago Neves também afirmou que não foi legal liberar a escalação do time para o elenco poucas horas antes da partida decisiva diante do Colorado.

Edilson perde espaço no time

O técnico entrou em rota de colisão com o lateral-direito Edilson quando o barrou da equipe contra o Internacional e, após jogar diante do Grêmio, ser afastado para recuperar a forma física. Edilson não faz dois jogos completos há mais de cinco meses e vem perdendo espaço para o jovem da base Weverton.

Gota d'água: cobrança de Dedé por respeito aos veteranos e defesa de Thiago Neves

O zagueiro Dedé deu uma entrevista na Toca da Raposa, no dia 23 de setembro, pedindo que a história do jogadores do elenco fosse respeitada citando ele mesmo, Fábio, Rafael, Henrique, Léo e Egídio, que foram bicampeões Brasileiros em 2013 e 2014, além dos títulos da Copa do Brasil em 2017 e 2018. Esse histórico merecia respeito e que o treinador deveria recuperar os veteranos mentalmente. Edilson também foi defendido por Dedé, afirmando que ele é um dos melhores laterais do Brasil.

O camisa 26 usou do mesmo expediente no vestiário do Castelão, após o empate com o Ceará. Pediu a palavra e cobrou de Ceni que ele recupere o futebol de Thiago Neves, gerando nova crise entre o comandante e o elenco de atletas.

- Não posso perder um Thiago Neves, que deu um título para o Cruzeiro, um título não, que foi importante nos dois títulos da Copa do Brasil, fora os dois Mineiros. Não posso perder o Edilson, que, pra mim, é um dos melhores da posição. Não vive boa fase hoje, como ninguém no Cruzeiro vive boa fase. Mas, do grupo do Cruzeiro, da instituição, foi o cara mais próximo de ter ganhado a Libertadores, também foi campeão da Copa do Brasil e do Mineiro com a gente. Não posso deixar de citar esses jogadores que são muito importantes, como Sassá - disse Dedé.

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