Kazim se emociona ao falar do pai e espera coroar melhor fase da carreira

Autor do gol da vitória sobre o Avaí no último sábado, atacante do Corinthians lamenta ausência dos país em meio à proximidade do título e pede raça para jogo contra o Flu

Corinthians 1x0 Avaí
(Foto: Luis Moura/WPP)

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Além de carismático, Kazim agora está feliz e sentindo-se realizado. Isso se deve ao gol marcado no último sábado, na vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre o Avaí. O resultado permite ao Timão ser campeão do Campeonato Brasileiro com uma vitória sobre o Fluminense nesta quarta-feira na Arena. Para o atacante turco, não há palavras para mensurar a importância do tento em sua vida. Ele diz estar celebrando o momento mais especial de sua carreira.

- Quando fiz o gol, eu explodi. Tenho muita emoção. Não tinha programado de mexer na bandeira, geralmente eu chuto. Não tem palavras. Esse é o momento mais importante da minha carreira. É muito decisivo para mim. Para um jogador, não importa só falar, gosto de fazer também. Eu só trabalho e minha oportunidade chegou. Não tenho palavras para explicar para vocês, porque é meu sonho de chegar aqui e ganhar campeonato. Está muito perto - afirmou o corintiano, em entrevista coletiva no CT Joaquim Grava nesta segunda-feira.

Foi apenas o primeiro gol do turco no Campeonato Brasileiro, em 13 jogos disputados. Mas não importa. A fase ruim, que gerou críticas de torcedores, não o abalou, ele garante. Seu pensamento é de, a cada dia, melhorar para retribuir o apoio dos país. Kazim disse que joga sempre pensando no pai, que está na Inglaterra, e se emocionou neste momento da entrevista.

- Esse ano foi difícil, um ano diferente no campeonato. Eu jogo por meu pai, porque pai e mãe me dão tudo. Eles fizeram de tudo para mim. E agora não jogar na frente deles é difícil. No último jogo pensei: "Imagina meu pai e minha mãe estar aqui". Eles mandam vídeos. Minha mãe não entende português. Eu falei que na Inglaterra não tem torcida como aqui. Eles queriam vir aqui, mas é muito longe para eles - declarou.


Agora, o atacante passa o bastão. Após cumprir suspensão diante do Avaí, Jô retornará ao time na quarta. Ele briga pela artilharia do Brasileiro. Atualmente, tem 16 gols no Brasileiro, um a menos do que Henrique Dourado, adversário de quarta. Mas Kazim quer mesmo é o título e pede raça ao grupo para que o sonho seja concluído na quarta. Ele falou sobre a preparação, se recusou a dizer "heptacampeão" em português, pelo fato de o título não estar garantindo, e exibiu o carisma de sempre na entrevista. Confira os principais trechos:

Importância do gol e como vai comemorar o título se acontecer
Para mim é muito especial. Espero por esse momento há tempos. Temos um outro atacante que faz muito gol, o Jô, preciso jogar muito. Ainda não ganhamos nada, estamos mais perto. Estou feliz por ter ajudado o grupo, pois eles trabalharam muito o ano todo. Eu ainda não penso em como vou comemorar. Sou experiente. Hoje o futebol muda muito. Agora é mais difícil.

Como é essa semana de preparação?
Tem semanas que são mais pesadas, porque vocês nos dão mais pressão para a gente. E agora acho que vocês acreditam mais em nós. Na última semana, vi muitas pessoas falando mal do nosso time, para amigos, para a gente. E futebol é futebol. Não precisa falar mal assim. Temos família em casa. A família sente mais que eu. Meu filho, minha esposa. Agora acho que mais leve para eles. Para a família do treinador. Eu jogo desde os 15 anos. Então para mim é mais leve agora.

Há uma preparação diferente para um jogo que pode dar taça?
Meus amigos fazem muita diferença para mim. Eles incentivam. Os primeiros 20 minutos são complicados para mim, tem de fazer o aquecimento. Aí faço 1, 2 com o Fagner, aí sinto que posso jogar mais. Eu sinto tudo, a torcida. Eu não penso muito de fazer o gol, penso nos três pontos. Como o Giovanni Augusto entrou e bem, fez o gol. Aí eu penso, preciso fazer isso também.

Pode falar heptacampeonato?
Agora não. Quando ainda não tiver, não. Tem mais quatro jogos. Nossa espera de um ano inteiro, pode esperar mais um mês.

O que é mais difícil: falar português ou jogar no Corinthians?

Falar português. Jogar aqui tem muita pressão. Mas quando você coloca essa camisa, você se sente muito forte. Porque tem, 7, 8, 10 milhões de pessoas atrás de você. Se sente maior, com dez metros. Tem pressão, é normal.

Como separar a festa, do clima, para ter tranquilidade?
É nosso trabalho, Não pode chegar, festa... Nosso time sabe que o Fluminense não vai dar nada para a gente. Ninguém quer isso, que o Corinthians ganhe o campeonato contra eles. Eles vão chegar porque brigam, são competitivos. E se o nosso não chegar, vai perder. Precisa jogar com raça, vai ganhar e depois comemorar. Antes do jogo, focado, ficar tranquilo, lembrar nosso objetivo. Porque nosso objetivo não começa esse ano. Começa quando tinha 7, 8 anos. Acho que todos aqui sonhavam em ganhar um campeonato com o Corinthians.

Pensou em sair quando foi muito criticado?
Eu não faço isso, não nasci assim. Na vida, porque tem temporada ruim, difícil, você vai e deixa tudo? Não. Eu trabalho forte, uso exemplo com meu filho, minha família. Imagina eu, eles me deixam, vão embora. Tem momentos difíceis, é futebol, é vida. Todo mundo tem problemas. Nunca pensei em trocar de time. Só penso no nosso objetivo.

Recado para a torcida
Precisamos mais de vocês agora, porque nosso objetivo vai chegar, nossa hora vai chegar. Para mim, especialmente, obrigado, porque vocês me dão mais forças. Valeu!

Sonhava com dois títulos no primeiro ano?
Não sonhava. Meu sonho era vir aqui e jogar. No futebol, não tem linha reta no futebol. Futebol muda, vai direto, vira a esquerda, a direita. Agora é na linha direta. E seis meses depois, vai direto também. Entende? (Risos). Meu português é ruim.

Relação com o filho
Meu filho foi o primeiro jogo entrando comigo. Nasceu no Brasil. Em São Paulo. Acho que ele dá sorte. Agora não pode porque o jogo é 21h45.

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