Belgas e croatas sonham em bater gerações que ‘triscaram’ em final

Entre as sensações da Copa, países atingiram a semifinal uma vez e tiveram sonho de ir além impedido por seleções dos craques Maradona e Zidane

Croácia, com o artilheiro Suker, foi terceira colocada em 1998
(Foto: GERARD CERLES / AFP)

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Bélgica e Croácia são duas das sensações da Copa de 2018. Com jogadores técnicos e badalados, que brilham na elite do futebol europeu, as seleções estão a um passo de igualarem suas melhores campanhas na história do torneio. Os croatas foram terceiros colocados 20 atrás, na França, e os belgas ficaram na quarta posição em 86. Na sexta, a Bélgica encara o Brasil às 15h (de Brasília), em Kazan. No mesmo horário de sábado, a Croacia enfrentará os anfitriões russos, em Sochi. 

Em 86, a Bélgica também tinha uma geração de ótimos valores, como a atual, e fez uma campanha marcante nos gramados mexicanos. Seis anos após ser vice-campeã europeia, a equipe tinha entre seus destaques o goleiro Pfaff, o lateral Gerets, o meio-campista Scifo e o ótimo Ceulemans. Após uma primeira fase titubeante, com vitória apertada sobre o Iraque (2 a 1), empate com o Paraguai (2 a 2) e derrota para os anfitriões mexicanos (2 a 1), os comandados de Guy This avançaram por índice técnico, entre os terceiros melhores. 

Nas oitavas, em um dos mais eletrizantes jogos daquela edição, a Bélgica passou pela União Soviética por 4 a 3, na prorrogação. Em seguida, vitória sobre a Espanha nos pênaltis. Na semifinal, a queda ocorreu diante da Argentina, com dois gols de Maradona, o camisa 10 que seria o astro do torneio levando os sul-americanos ao bicampeonato. A derrota para a França na disputa do terceiro lugar por 4 a 2 não impediria aquela geração de fazer história. Desafio agora posto ao time dirigido pelo espanhol Roberto Martínez. A atual geração é mais celebrada por ter vários atletas de destaque no Campeonato Inglês: Courtois e Hazard, do Chelsea, De Bruyne, do Manchester City e Lukaku, do United. Além de Mertens, figura-chave no Napoli, vice-campeão italaino. Nas palavras do zagueiro Kompany, a partida contra o Brasil é o maior dos desafios de uma equipe que caiu nas quartas em 2014 (para a Argentina) e na mesma fase da última Eurocopa, contra País de Gales. 

A CROÁCIA DE SUKER

Em 98, a Croácia disputou sua primeira Copa na condição de país independente - havia se separado da Iugoslávia. E que estreia! A equipe passou em segundo lugar do seu grupo, ficando atrás da Argentina, e superou a Romênia nas oitavas por 1 a 0. Nas quartas, talvez o maior triunfo do futebol nacional até hoje. Um contundente 3 a 0 sobre a poderosa Alemanha no estádio Gerland, em Lyon, classificou os croatas a uma surpreendente semifinal. 

O adversário por uma vaga na decisão foi a anfitriã França. O gol de Suker, no fim do primeiro tempo, acendeu a esperança de um feito incrível. O lateral Liliam Thuram, porém, frustrou os planos, ao construir a virada com dois gols e colocar os franceses no caminho do seu primeiro título mundial. A glória balcânica, no entanto, não se esmaeceu. Dias depois, o triunfo diante da Holanda por 2 a 1 deu ao país o terceiro lugar e o gol de Davor Suker, o do triunfo, o colocou na artilharia do Mundial com seis gols. 

A equipe atual tem atletas até mais festejados, caso similar ao da Bélgica. Os exemplos mais ilustres são os de Modric, do Real Madrid, Rakitic, do Barcelona, Mandzukic, da Juventus, e Perisic, da Internazionale. Uma geração que igualou a anterior em uma vitória expressiva sobre uma campeã: os 3 a 0 na Argentina, na primeira fase. E o fato de estar de um lado da chave considerado mais frágil, em teoria, coloca os croatas em condições de brigarem por uma ida à final e superarem o trajetória de 98. 

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