Em carta aberta, Chapecoense condena declaração de dirigente do Goiás

Após o empate em 2 a 2 entre as equipes pelo Brasileirão, Hailé Pinheiro disse que 'se o avião deles caiu, a culpa não é nossa'

Hailé Pinheiro - Dirigente do Goiás
(Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás)

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A Chapecoense emitiu uma carta aberta na última segunda-feira (21) condenando as palavras do presidente do conselho deliberativo do Goiás, Hailé Pinheiro, após o confronto entre as equipes no último domingo pelo Brasileirão que terminou em 2 a 2.

Na oportunidade, o dirigente da equipe goiana disse em entrevista que não fazia sentido qualquer tipo de possível favorecimento da arbitragem a equipe catarinense fazendo referência até mesmo ao trágico acidente aéreo na Colômbia envolvendo a delegação da Chape:

- Ajudar a Chapecoense que está caindo pelas tabelas? Se o avião deles caiu, não somos culpados. Não temos nada com isso. Tem que acertar é com quem derrubou o avião.

Na carta aberta, o clube também ressalta as dificuldades que o clube enfrentou para se reerguer após a tragédia, o apoio contínuo de diversas partes para auxiliar no processo além de pontuar que o Verdão do Oeste já se sentiu também prejudicado pela arbitragem em determinados momentos do Brasileirão.

Confira abaixo a carta aberta da Chapecoense na íntegra:

Quando enfrentamos o momento mais difícil da nossa história - e, incontestavelmente, o mais difícil da história do futebol brasileiro - vimos a rivalidade dar lugar a uma infinidade de atitudes solidárias. Recebemos ajuda de todos, sem distinção. A união de esforços de todos para a reconstrução do clube e reestruturação das famílias foi primordial para que a história continuasse a ser escrita.

Se, por um lado, toda a ajuda recebida foi um diferencial - e, por ela, temos eterna gratidão - por outro lado, refutamos a piedade que, em determinando momento, nos foi oferecida em forma de “imunidade”.

Tínhamos - e ainda temos - plena consciência da dificuldade que nos acompanhará ao longo dos próximos anos, porque, na Chape, nada nunca foi fácil… Mas optamos por lutar, com as nossas próprias mãos e pés, para alcançar quaisquer que sejam os nossos objetivos. Sempre trabalhamos com humildade, seriedade e dignidade para encarar e superar as adversidades. Agora, não seria diferente.

É por tudo isso - mas principalmente por defendermos e brigarmos pelo respeito, acima de tudo - que lamentamos e repudiamos a infeliz manifestação de Hailé Pinheiro, Presidente do Conselho Deliberativo do Goiás Esporte Clube, insinuando que a Chapecoense está sendo “ajudada” pela arbitragem por estar “caindo pelas tabelas”.

Em primeiro lugar, independentemente da atual situação do clube na tabela de classificação, jamais apelaríamos para qualquer tipo de “privilégio” ou desobrigação diante dos nossos compromissos dentro de campo. Em segundo lugar, não é preciso ir muito longe para provar que, ao contrário do que sugeriu o dirigente esmeraldino, a Chape foi prejudicada, em diversas partidas, por decisões equivocadas da arbitragem. Por último, e muito mais importante: jamais nos debruçaríamos sobre o maior infortúnio da nossa história para ficarmos em posição de vítimas e, diante disso, conseguirmos qualquer tipo de vantagem. Nós respeitamos e honramos a nossa história. Nós respeitamos e honramos a memória de cada um dos que nos deixaram quando saíram em busca de um sonho. E é por isso e por eles que exigimos respeito e retratação.

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