Outra vez! Torcida única entra para lista da discórdia do Carioca

De ameaças de criação de Liga a inusitada 'volta olímpica dupla', LANCE! traz série de histórias inusitadas que marcam o Estadual

Rubens Lopes durante Assembleia Geral da Ferj (Foto: Úrsula Nery/Divulgação)
Rubens Lopes durante Assembleia Geral da Ferj (Foto: Úrsula Nery/Divulgação)

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A polêmica voltou a desfilar pelo gramado do Campeonato Carioca. Devido à determinação de que clássicos no Rio de Janeiro sejam realizados com "torcida única", Flamengo e Vasco iniciaram a semana sem saber onde o clássico da semifinal da Taça Guanabara será realizado.

No entanto, esta não é a primeira vez que uma confusão assola o "campeonato mais charmoso do país". O LANCE! detalha outras situações inusitadas que deram o que falar em Estaduais.  

1986 - MOSCA POUSA NO TETRA


A preparação do Fluminense para o confronto com o Americano foi abalada por um surto de dengue. Com boa parte da equipe contaminada, a equipe não compareceu ao Estádio Godofredo Cruz e o árbitro Aluisio Viug declarou a equipe de Campos vencedora do jogo. O Tricolor das Laranjeiras foi ao TJD e mostrou laudo dos médicos, mas o recurso foi em vão, e deu margem para o Flamengo buscar pelo título (que venceria).

1986 - MAS QUE PAPELETA...

A mesma edição ficou sob suspeita: estourou uma denúncia de que o Flamengo teria em destinado um suposto suborno a árbitros da Federação em troca de benefícios no gramado. As quantias, destinadas em "papeletas amarelas", somavam 300 mil cruzados à época, e envolveriam o então presidente do Rubro-Negro, George Helal. O mandatário e o clube da Gávea foram absolvidos por falta de provas. 

1990 - DOIS 'CAMPEÕES' E UMA CARAVELA

A grande fase do Botafogo foi ratificada com um gol de Carlos Alberto Dias, que garantiu a vitória por 1 a 0 e o bicampeonato carioca. Mesmo com a festa transcorrendo, os vascaínos seguiram sentados no gramado do Maracanã, à espera de uma prorrogação de 30 minutos que decidiria o título (de acordo com a interpretação do Cruz-Maltino, as equipes estavam empatadas em números de pontos). Como os botafoguenses ignoraram, os atletas do Vasco se proclamaram campeões e deram sua volta olímpica com uma caravela de papel. Mas, na Justiça, quem comemorou com a taça foi o Glorioso.

1994 - POLÊMICA QUASE DÁ LIGA 

A edição de 1994 é precedida por muita polêmica: após, em dezembro de 1993, surgirem acusações de manipulações de resultados, Botafogo, Flamengo e Fluminense ameaçam ignorar a competição e criar uma Liga Carioca de Futebol à parte. Mas a competição, que contaria com clubes como Canto do Rio e Bonsucesso, é deixada de lado. O Vasco é o campeão daquele ano.

1997 - BALAIO DE LAMBANÇAS

A edição de 1997 é abrigada por uma sucessão de lambanças. Tudo começa nos bastidores, com a ideia de Botafogo, Flamengo e Fluminense cogitarem fazer uma Liga à parte, que é novamente abandonada. Em seguida, dois jogos chamam atenção.

O clássico entre Vasco e Botafogo, em São Januário, é atrasado porque os clubes não se entendem... quanto aos uniformes. Os vascaínos não querem trocar a cor dos calções pretos, e os botafoguenses não tinham levado calções reservas para o estádio. Após 45 minutos, o Cruz-Maltino aceita usar uniforme completamente branco mas, em campo, perde por 2 a 1. 

No duelo entre Itaperuna e Vasco, toda nudez foi castigada: irritado com a expulsão de Manuelzinho, o técnico do time da casa, Paulo da Matta, tirou a camisa, invadiu o campo e abaixou as calças, no revés por 3 a 2.

A reta final ainda traz uma confusão de grandes proporções: o dirigente Eurico Miranda, amparado no fato do Vasco ter quatro convocados para Seleções (Carlos Germano e Edmundo na Copa América, e Hélton e Pedrinho no Mundial Sub-20), paralisou o Terceiro Turno. O episódio fez o Flamengo abandonar a competição, que acabou vencida pelo Botafogo.

1998 - VAZIO, VAZIO...

No ano seguinte, a polêmica volta a imperar no Carioca. Insatisfeitos com o fato do Vasco solicitar remarcações de datas de seus jogos devido a compromissos na Copa Libertadores da América, Botafogo, Flamengo e Fluminense decidem esvaziar a competição. Botafogo e Flamengo não comparecem aos respectivos clássicos diante do Cruz-Maltino, e a dupla Fla-Flu promove um inusitado WO duplo, na competição que é vencida pelo clube da Colina.

2002 - UM 'CAIXÃO' PARA ESQUECER

Uma crise no futebol carioca fica evidenciada quatro anos depois. Como o então presidente da Fferj, Eduardo Vianna, se recusou a elaborar um calendário capaz de conciliar com as datas do Rio-São Paulo, os clubes envolvidos utilizaram reservas nas fases iniciais do Carioca,.

Relegada em segundo plano a competição, que foi denominada pela imprensa de "Caixão". Com regulamento esdrúxulo, o Americano venceu dois turnos mas, sem vantagem a partir da Terceira Fase, não foi páreo na final diante do Fluminense.

Porém, o Estadual foi muito além de 2002: o Bangu entrou com um recurso, questionando um gol mal anulado do goleiro Eduardo nos acréscimos do empate em 0 a 0 com o Fluminense, nas semifinais no Maracanã. Após arrastadas batalhas judiciais, o Tricolor das Laranjeiras foi homologado campeão em 2009.

2015 - CARIOCA SOB PROTESTO


A edição de 2015 escancarou um racha de Flamengo e Fluminense com a Fferj. Irritados com atitudes do atual presidente Rubens Lopes e questionando a organização do Carioca, a dupla levou o protesto para o Maracanã: jogadores das duas equipes taparam a boca. Era uma metáfora para um trecho inicialmente previsto no regulamento, que dava uma multa para quem falasse mal da competição.

Expulso durante a derrota por 3 a 0 do Fluminense para o Flamengo, Fred ainda disparou: 'Campeonato Carioca tem que acabar! Acaba, Carioca!". 

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