Rotenberg, do Botafogo, afirma que projeto S/A deverá estar pronto no segundo semestre

Em entrevista ao canal "FGV Projetos", membro do Comitê Executivo de Futebol acredita em vacina para o coronavírus ainda este ano e destaca esperança em clube-empresa

Rotenberg - Botafogo
Ricardo Rotenberg deu prazo para a finalização do projeto (Foto: Vítor Silva/Botafogo)

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O Botafogo mantém um lado em relação à volta do futebol. Nesta quarta-feira, Ricardo Rotenberg, membro do Comitê Executivo de Futebol do Alvinegro, participou de uma live no canal do YouTube da "FGV Projetos" e falou da discordância de ideias dos clubes do Rio de Janeiro. Acima de tudo, o dirigente reafirmou que não é hora de pensar em voltar a voltar aos gramados.

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- Existe uma divergência de ideias no Rio de Janeiro. Botafogo e Fluminense têm uma posição, Flamengo e Vasco outra. Nós somos contrários à precipitação de volta ao futebol. O único estado que fala em voltar ainda esse mês é o Rio de Janeiro. O Rio Grande do Sul, com 270 óbitos ao longo de toda a pandemia, marcou a data de retorno para 19 de julho. E o Rio, com mais de 300 mortes por dia algumas vezes, está pensando voltar agora. Os clubes já estavam com dificuldade, a crise econômica estava antes, tudo piorou com a pandemia. Não tenho a menor dúvida que vamos finalizar os Estaduais e o Brasileirão deve se estender até o ano que vem. Não sei se teremos públicos nos estádios antes de uma vacina no Brasil - afirmou.

Diante da pandemia, as dificuldades financeiras - que já estavam acentuadas antes mesmo do coronavírus -, aumentaram no Botafogo. No mês passado, o clube demitiu 45 funcionários para enxugar a folha salarial. Atualmente, a diretoria possui dois meses de salários atrasados com colaboradores e atletas.

- O futebol não está dissociado da situação do Brasil. Fomos mais ou menos pegos de surpresa. O Botafogo e a grande maioria dos clubes suspenderam todos os patrocinadores durante essa pandemia, então estamos sem receita corrente. Estamos hoje tentando pagar salários de forma atrasada e contar com a compreensão dos jogadores, que estão tendo um comportamento digno diante das dificuldades - analisou o dirigente.

Rotenberg, contudo, vê uma luz no fim do túnel. O vice-presidente geral e marketing do Botafogo não deu detalhes, mas afirmou que a Botafogo S/A, projeto que visa profissionalizar o departamento de futebol do Alvinegro, deve ficar pronta até o segundo semestre deste ano.

- Estamos virando empresa, já na fase final. Acho que a gente consegue virar ainda no segundo semestre desse ano, o que vai nos favorecer financeiramente, mas a verdade é que esse campeonato vai ser diferente. Não vai ter público, jogadores depois de parados de três parados, muitas contusões e certamente os salários ficarão mais baixos, com descontos mantidos. O Brasil todo está nessa. Acho que vamos ter vacina esse ano ainda, sou otimista, mas teremos meses de muita dificuldade - projetou.

O dirigente colocou que o Botafogo não representa apenas seus jogadores e torcedores, mas, por ser uma instituição nacional, possui um peso no país. Por isto, Rotenberg destacou a responsabilidade do posicionamento do clube.

- Os clubes são uma espécie de instituição pública. O exemplo dado pelos clubes é extremamente importante para a sociedade. O que o Botafogo faz é extremamente importante, assim como o Corinthians, o Vasco, Fluminense, todos os clubes têm um exemplo a dar à população. Quando querem voltar de maneira precipitada, não são só as condições deles, jogadores e comissões, que correm risco, é algo que passa para o resto da população - completou.

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