Reforço do Botafogo, ‘Loco’ Cortez reúne talento e temperamento forte

Jornalista equatoriano analisou as características do volante de 24 anos contratado pelo Botafogo e traçou uma retrospectiva da carreira do jogador, marcada por polêmicas

Gabriel Cortez
Gabriel Cortez é conhecido como 'Loco' no Equador (Foto: Reprodução/Instagram)

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Os dias agitados vividos pelo Botafogo com a chegada do japonês Keisuke Honda e a demissão do técnico Alberto Valentim acabaram por ofuscar a chegada de mais um reforço para a temporada. O equatoriano Gabriel Cortez está no Rio de Janeiro há pouco mais de uma semana sem chamar muita atenção, em meio a tantas notícias quentes. Passar despercebido, no entanto, está longe de ser realidade na carreira do volante de 24 anos. Em conversa com o LANCE!, o jornalista Leonardo Herrera, do Equador, falou sobre as características e episódios polêmicos vividos pelo atleta.

Gabriel Cortez iniciou a carreira no Independiente del Valle, ainda menino. Passou por todas as categorias da base do clube de Quito até se profissionalizar. Segundo o jornalista, Cortez é um jogador ágil, que gosta de atuar pelas laterais e de mostrar um futebol ofensivo. 

–  É um volante ofensivo, que joga muito bem pelo lado direito. Ele gosta muito de avançar até a linha de fundo e encarar os adversários pois tem um bom drible. Outra característica é o chute forte de meia distância. Cortez  se encaixa muito bem em um futebol de passes verticais, com mais profundidade, porque gosta de avançar pelo lados do campo. O Botafogo pode também tirar proveito dele na bola parada – analisou.

Passado de indisciplinas

O apelido de "Loco", que traz boas lembranças ao torcedor botafoguense, surgiu ainda na infância de Gabriel, segundo o jornalista. Desde pequeno, na base do Independiente, era uma criança alegre, atrevida e muito esperta. Com o passar dos anos, os penteados extravagantes e alguns episódios extra-campo reforçaram a fama.

– Com o Independiente del Valle, a relação contratual não terminou bem. Ele abandonou o clube por problemas disciplinares. Depois disso, passou pelo futebol mexicano, sem grande destaque. Lá fez cerca de 20 partidas, chegou a marcar dois gols, mas sofreu muitas lesões – contou Herrera.

O jornalista equatoriano refere-se a passagem de Cortez pelo Lobos de la BUAP, em 2018. No ano seguinte, retornou ao Equador para atuar no Emelec. No clube de Guaiaquil, teve dificuldades em se adaptar ao esquema do treinador argentino Mariano Soso. Com o treinador espanhol Ismael Rescalvo, sucessor no cargo, voltou a se envolver em um episódio de indisciplina.

– É um jogador que tem um jogo de alto nível mas o passado de indisciplinas o condena. No Emelec, não se adaptou a Mariano Soso. Com a saída do argentino, todos acreditavam que teria mais oportunidades, mas ele cometeu outro ato de indisciplina. Na pausa do campeonato para a Copa América, Cortez viajou ao México, supostamente para acertar algumas questões contratuais, mas fez isso sem a autorização de Rescalvo. Ao regressar, terminou não tendo muitas oportunidades. Nas últimas partidas, não era sequer relacionado para o banco – completou Herrera.

O temperamento explosivo agora será monitorado pelo veterano treinador Paulo Autuori, sucessor confirmado de Valentim comando técnico alvinegro. Cortez participou do primeiro treinamento com o restante do elenco, ao lado de Honda, na última terça-feira, ainda sob o comando do auxiliar Bruno Lazaroni. O equatoriano e o japonês fizeram um trabalho de aperfeiçoamento físico à parte, após as atividades com bola.

O meio-campista equatoriano chega ao Botafogo, por empréstimo, junto ao Guayaquil City-EQU até dezembro de 2020. O contrato prevê uma opção de compra no fim do vínculo para o Alvinegro fixada em 1 milhão de dólares (cerca de R$ 4, 2 milhões).

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