Lúcio Flávio se sente em casa e é essencial para o Botafogo retomar sua melhor forma diante do Fluminense

Treinador estreita laços da família alvinegra, 'encaixa' equipe e é crucial para vitória por 2 a 0 no Maraca

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Lúcio Flávio: ovacionado pela torcida (Foto: Vitor Silva / Botafogo)

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A palavra "família" esteve muito em evidência após a estreia de Lúcio Flávio na empreitada de comandar o Botafogo na reta final do Campeonato Brasileiro. No decorrer da vitória por 2 a 0 sobre o Fluminense, domingo (8), no Maracanã, a busca por trazer de volta a identificação do Alvinegro depois do período conturbado que culminou na demissão de Bruno Lage ficou nítida em campo.

A ansiedade por trazer de volta o Glorioso que a torcida se acostumou a conhecer passou pela escalação. Di Plácido voltou a ser titular, enquanto Tchê Tchê se juntou a Marlon Freitas e Eduardo. Na frente, Júnior Santos ganhou a disputa para formar a linha de frente com Victor Sá e Tiquinho Soares.

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Antes de a bola rolar, os botafoguenses presentes no Maracanã ratificaram o apoio, aos gritos de "ah, é Lúcio Flávio!". E, assim que a bola rolou, não demorou muito para as características do treinador começarem a entrar em cena.

Munido de um papel, o ex-jogador anotava suas impressões sobre a postura botafoguense. Olhava para o campo e gesticulava para os atletas.

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-No futebol, a gente precisa fazer com que os jogadores entendam que todos são importantes. Quando a gente fala em relação à família é porque muitas vezes passa mais tempo com as pessoas que trabalha e precisa fazer com que o ambiente seja mais leve. A gente precisa fazer com que eles entendam que um depende do outro - afirmou em entrevista coletiva.

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Lúcio Flávio e Carli: 'entrosamento' perfeito (Foto: Vitor Silva / Botafogo)

Outra pecularidade também foi tomando conta. Alçado ao posto de auxiliar após um pedido do elenco, Joel Carli saía do banco de reservas e conversava com o treinador interino. Trocavam ideias e o ex-zagueiro voltava para o banco de reservas.

Meticuloso, o técnico ia acompanhando as investidas de um Alvinegro que ia se impondo na etapa inicial. A equipe dominava as ações, pressionando a saída de bola adversária e, ao partir para o ataque, abusava da velocidade. Desta vez, Eduardo ficava mais próximo do ataque, conseguindo ser mais participativo.

Até que o lançamento de Tchê Tchê encontrou Júnior Santos livre para marcar na saída de Fábio. Lúcio Flávio celebrou num tom de alento, mas sem deixar de se preocupar com o que via em campo.

Minutos depois, Júnior Santos abriu caminho e Tiquinho Soares rompeu livre até ampliar o marcador. Lúcio Flávio ergueu as mãos para o céu e, logo depois, encontrou o abraço do goleiro Lucas Perri.

Em meio à espera sobre a checagem de um possível impedimento no gol, aconteceu uma situação curiosa: rapidamente, o treinador pegou uma prancheta e orientou jogadores que estavam próximos ao banco de reservas. Enquanto isso, Joel Carli, na área técnica, passava orientações.

-Carli esteve até alguns meses aqui do lado deles, conhece muito bem o vestiário. Sabe muito bem fazer a abordagem ali com os jogadores, levantar o astral de cada um para, quando forem designados, consigam jogar o melhor deles - garantiu o treinador.

Com o gol confirmado, enfim Lúcio Flávio recebeu uma sucessão de abraços.

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Após um primeiro tempo exemplar, os alvinegros optaram por uma cautela. E, nesse momento, entrou em cena outro fator que estava em falta nas partidas mais recentes: a força defensiva.

À exceção de uma conclusão de John Kennedy que parou na trave e uma batida de Léo Fernández que exigiu Lucas Perri, o Botafogo não chegou a ser ameaçado com tanto rigor.

Adryelson e Victor Cuesta mantiveram sua sintonia fina. Nas laterais, Di Plácido mostrava-se bastante participativo ao subir ao ataque, e tanto o argentino quanto Marçal continham os avanços de Keno e Arias.

Perante o calor do jogo, Lúcio Flávio foi indicando quais eram suas variações para manter o jogo sob controle alvinegro. Um dos jogadores sacados foi Júnior Santos, destaque da equipe na partida.

-Quando ele saiu, agradeceu por transmitir a confiança e dar a ele essa oportunidade. Falei que ele tinha muito a ajudar o Botafogo. É um jogador que tem muito potencial, uma característica peculiar de muito arranque e muito querido pelo grupo - declarou o treinador.

As trocas fizeram o Alvinegro mostrar seu brio, garantindo a vitória. Ao fim da partida, o "novo" treinador foi acolhido pelo grupo e reverenciado pela torcida que tanto o acolheu como jogador: "ah, é Lúcio Flávio!".

Com a visão de quem se acostumou a vivenciar o elenco do Botafogo, Lúcio Flávio soube fazer com que o elenco se sentisse de novo como uma família.

-O Lúcio (Flávio) tem uma ideia do nosso time muito parecida com a do Luís Castro, com a do (Cláudio) Caçapa quando estava aqui com a gente. Acho que ele tentou resgatar isso. Acho que o Lúcio tentou resgatar isso - afirmou Lucas Perri na zona mista do Maracanã.

O meio-campista Tchê Tchê também demonsrou felicidade com o novo treinador.

-Ele estava aqui com a gente. Um personagem importante tanto com a camisa, quanto na comissão técnica. Ficamos felizes por ele. Abraçamos ele desde que foi passado para nós que seria nosso comandante. A gente é uma família muito unida, muito humilde. Tem os protagonistas, mas cada um vai se equivalendo da força para o outro. Isso é que é o mais importante - afirmou.

O Botafogo volta a campo na quarta-feira, dia 18, contra o América-MG, no Independência. A Data Fifa dará mais tempo para os laços de família se estreitarem.

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