LANCE! na Jogada: especialista lembra a questão de Seedorf: ‘Tem que trabalhar dentro do orçamento’

Em entrevista ao L!, Amir Somoggi, especialista em finanças dos clubes, afirma que o Alvinegro não pode extrapolar os cofres na busca por nomes como Honda e Yaya Touré

Seedorf - Ponte Preta x Botafogo (Foto: Miguel Schincariol/LANCE!Press)
Clarence Seedorf em ação pelo Botafogo (Foto: Miguel Schincariol/LANCE!Press)

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Convidado do "LANCE! na Jogada", o especialista em marketing e gestão esportiva Amir Sommogi avaliou a busca do Botafogo em nomes consolidados do futebol mundial. O Alvinegro, que contratou Keisuke Honda há dois meses, está interessado em Yaya Touré, ex-Manchester City.

Com um déficit de R$ 20,8 milhões em 2019 - como divulgado anteriormente no balanço financeiro -, Amir afirma que o Botafogo não pode extrapolar seus próprios limites na busca de jogadores. O especialista em marketing lembrou a questão de Clarence Seedorf, que atuou no Alvinegro entre 2012 e 2014.

- Fui um dos poucos que falou que o Seedorf aumentou o custo do Botafogo. As dívidas do Botafogo não comportaram, e olha que o Seedorf foi um baita case, em termos de futebol, de globalização... Mas o clube não tinha capacidade econômica de fazer isso. Eu gostaria de andar Ferrari, mas eu ando com um carro velho, porque eu ganho para ter um carro velho. Gostaria de ter um carro bom, mas meu orçamento não permite. A gente tem que trabalhar dentro do nosso orçamento. Todos querem ser o Barcelona, mas nenhum passou pela reestruturação que o clube passou - afirmou.

Para Amir, o caminho para o Botafogo recuperar o caminho das finanças no verde é apostar no trabalho da análise de desempenho e de categorias de base. O especialista deu exemplos de Athletico Paranaense e Sevilla, da Espanha, para elucidar o argumento.

- A discussão gira em torno de eficiência. Se o Athletico Paranaense é mais eficiente que o Corinthians, qual o modelo de gestão deles eu consigo destrinchar? Questão de scouting, é um caminho, a categoria de base, dá mais subsídio para o garoto que sobe, dar mais controle emocional. A gente pega um jogador que passa um monte de dificuldade desde os 12 anos e com 17 dá a camisa 10 para ele e diz “resolve aí”. Eles não estão preparados ainda. É trabalhar fortemente categorias de base e a questão dos dados, como o Sevilla, que nadou de braçada com um orçamento enxuto - analisou.

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