Brenner fala ao L!: ‘Fiz uma grande escolha ao vir para o Botafogo’

Centroavante soma três gols e começa a se destacar na hora em que herda a titularidade de Roger, que trata doença. Adaptado à cidade, ele quer vida longa no clube alvinegro

Botafogo 2 x 3 Vitória: as imagens no Nilton Santos
(Foto: Vitor Silva/SSpress/Botafogo)

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Contratado pelo Botafogo em julho, em troca que envolveu a saída de Camilo, Brenner está emprestado pelo Internacional até o fim de 2018. Mas o centroavante, que já marcou três vezes e tem a missão de substituir Roger, fez até o pai vascaíno virar botafoguense, e a filha Luna segue o mesmo caminho. Ele quer ter vida longa no Alvinegro Carioca.

O início avassalador no Colorado não teve sequência, mas a mudança para o Rio é vista pelo novo camisa 9 do Glorioso como um passo importante. Entre planos pessoais e coletivos, ele espera agradar e continuar comemorando, como fez contra a Ponte Preta e contra o Vitória, duas vezes, na última rodada.

Até 2016 você era um jogador desconhecido. O ano virou, você se destacou no Inter, chegou ao Botafogo e ainda está ganhando destaque. É um divisor de águas na sua carreira?
Está sendo muito especial. Eu quis vir para o Botafogo. Estava em grande fase no Inter, mas acabei perdendo espaço. Atacante vive de gols. A partir do momento que soube do convite, falei para o meu empresário: quero ir. Sem dúvidas, fiz uma grande escolha e estou feliz aqui no Botafogo. E espero continuar fazendo gols.

Como foi o convite para jogar no Botafogo e porque aceitou? O que te encheu os olhos?
Quando o Sassá saiu, fiquei sabendo do interesse, mas o Inter não me liberou. Depois houve novo contato e eu falei para o meu empresário que eu queria vir. Estava sem espaço no Inter e o Botafogo na Libertadores e no Brasileirão, em grande fase. Lógico que aceitei. Fiz a melhor escolha.

Como você tem lidado com a fama repentina?
Foi um pouco estranho no Internacional. Saí do Juventude e, no início deste ano, fiz muito gols. Uns 13 em 10 jogos. Era muito assédio até no supermercado. Agora no Botafogo, estou começando a passar por isso, pois estou começando a fazer gols. As pessoas começam a te olhar diferente. Eu sei lidar com isso. Sou um cara de cabeça boa. Não vou me perder.

"Estou muito feliz. Quero muito ficar aqui. É um clube que me acolhe muito bem. Tenho prazer de vir pra cá trabalhar, treinar. E a torcida sempre nos apoia"<br>

Há um mês, você virou pai da Luna. Ela será botafoguense?
Certamente. No último domingo, no jogo contra o Vitória, postei uma foto dela com a camisa do Botafogo. Quero dedicar muitos gols para ela.

Você está emprestado pelo Inter até o fim do ano que vem. Mas você está gostando de jogar aqui? Está feliz? Quer fazer história?
Estou muito feliz. Quero muito ficar aqui. É um clube que me acolhe muito bem. Tenho prazer de vir pra cá trabalhar, treinar. E a torcida sempre nos apoia.

No Inter, você sempre falava que tinha muito apoio do ex-atacante Iarley. E aqui no Botafogo: Tem algum paizão?
Ninguém em especial. O grupo é muito unido. Todos me ajudam e se ajudam. Esse é o nosso diferencial. Desde os mais velhos, como Carli e Jefferson, ao João Paulo e o Emerson Silva... todos se ajudam e me fazem sentir bem. A comissão técnica também ajuda muito.

No Inter, você tinha muitos apelidos e comparações com outros centroavantes. E aqui no Botafogo, já recebeu comparações? Gostaria de receber?
Deixa só Brenner mesmo (risadas). A imprensa gaúcha que ficava me chamando de Brennerdowski e Ibrahimobrenner. Deixem o Brenner trabalhando quietinho para sempre fazer gols. Esses trocadilhos a gente deixa para a torcida.

Qual o seu estilo? Quais seus pontos fortes? E os fracos?
Não sou um centroavante paradão. Gosto muito de voltar para buscar a bola. Se ela não chega, fico impaciente, volto para buscá-la. Às vezes, vou até para o meio para confundir a marcação. Gosto muito da minha finalização e creio que o meu pior fundamento seja o cabeceio, mas venho trabalhando firme para melhorar. Eu tenho que fazer a bola entrar de qualquer jeito, do jeito que ela vier. Eu sou pago para isso.

Na Libertadores, você entrou no segundo jogo contra o Grêmio. Pela sua passagem pelo Inter, ficou com uma vontade extra de fazer gol na Arena do rival?
Isso acontece mais quando é Gre-Nal. Mas talvez tenha tido essa vontade sim, porque fiz gol contra o Grêmio e eles ainda pegaram no meu pé. Iria comemorar muito, mas principalmente por colocar o Botafogo na semifinal. Merecíamos passar, mas futebol nem sempre é merecimento. Essa rivalidade já é passado. Agora é trabalhar para recolocar o Fogão na Libertadores.

Está gostando do Rio?
Sim, é uma cidade tranquila. Mas estou sempre de casa para o trabalho. Só de vez em quando que eu saio para comer, para ir à praia. Só fui à praia duas vezes.

"Não sou um centroavante paradão. Gosto muito de voltar para buscar a bola. Se ela não chega, fico impaciente, volto para buscá-la. Às vezes, vou até para o meio para confundir a marcação."

O que passou na sua cabeça quando marcou o seu primeiro, contra a Ponte Preta?
Alívio. Estava há uns cinco meses sem marcar, e centroavante vive de gols. Veja o Fred. Ele está há um tempo sem marcar e é o Fred, hein...Isso acontece com todos os centroavantes. E, quando marcamos, vem um alívio.

Como você soube da doença do Roger? Isso uniu mais o time?
Sem dúvidas. Ele é um cara importante, uma liderança. Nós jamais vamos esquecer dele. Estamos orando por ele e ele vai vencer essa doença. Ano que vem estará aqui conosco. Soube pela imprensa mesmo. Depois ele veio aqui no Nilton Santos e nos contou.

É possível formar uma dupla de ataque com ele?
Nada é impossível. Se eu fizer gols e ele também, vai ser possível e o Jair vai ter que nos escalar (risos). Ele vai ter uma boa dúvida. Uma hora um volta, outra hora ele volta. É só conversar, mas é claro que, em alguns jogos, não vai dar para jogarmos juntos. Depende de contra quem vamos jogar. Vamos deixar o Jair com essa pulga atrás da orelha.

Substituir o Roger, um cara tão querido, é o maior desafio da sua carreira?
Será complicado e será um bom desafio. Assemelha-se à pressão no Inter, de voltar à Série B. Ele é um grande jogador. Tenho que fazer gols para mostrar à torcida que dou conta do recado.

Você tem dois gols de pênalti. É um diferencial? Dá para roubar o cargo de Henrique Dourado, o rei do Rio neste quesito?
Ele não errou nenhum. Deixem esse título pra ele. Sempre bati pênalti, desde a juventude. Tenho que trabalhar e aproveitar que treino com o Jefferson e com o Gatito. Se a gente faz, é nossa obrigação; se perde, é questionado. Tenho que me aperfeiçoar e, às vezes, mudar o estilo para confundir o goleiro.

Você fazia gol no Inter e o Colorado vencia. Aqui no Botafogo ainda falta unir vitória e gol (derrotas para Ponte Preta e Vitória). O que falta?
É só coincidência (risos). Tenho que continuar trabalhando. Quem sabe, contra a Chapecoense, eu marque e o time vença?

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