Galo diz que tem como pagar os R$ 10 mi à Udinese, mas pede seis meses de prazo para quitar o débito

O clube mineiro tem o valor reservado, mas alega que ao ter o prazo estendido, poderá quitar até três meses de salários dos funcionários

Maicosuel
A dívida do alvinegro com o clube italiano é de 2014, pela compra do meia Maicosuel-(Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG )

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A dívida de R$ 10 milhões do Atlético-MG com a Udinese-ITA, pela compra do meia Maicosuel, em 2014 , tem prazo para pagamento até o fim de abril, conforme determinação da FIFA. O clube mineiro perdeu um processo na entidade máxima do futebol movida pelos italianos e não cabe mais recurso.

Com esse cenário, o Galo irá pedir à FIFA mais seis meses para quitar o débito, alegando que a pandemia do coronavírus afetou o caixa, não só do alvinegro, mas de vários times no mundo.

O presidente Sérgio Sette Câmara disse que o Galo tem o dinheiro para fazer o pagamento, mas pede a extensão do prazo, pois assim teria como manter os compromissos do Atlético em dia, já que houve, e haverá, uma queda grande nas receitas.

-O torcedor do Atlético pode ter ficado em polvorosa por conta dessa informação, mas posso tranquilizar que o dinheiro para pagar a Fifa na condenação do Maicosuel, como tem sido na nossa gestão, já está separado. Na verdade, nós estamos tentando junto à Fifa um prazo de seis meses para pagamento dessa dívida. Uma dívida que também não foi na minha gestão, é mais uma dívida de gestões anteriores que temos de assumir e pagar. Infelizmente não podemos investir tanto quanto gostaríamos no time por conta disso-disse Sette Câmara em entrevista à Rádio Itatiaia, que explicou em seguida quais medidas o Galo irá tomar para conseguir uma prorrogação do prazo.

-Nosso advogado, Breno Tannuri, está tentando um recurso para que a Fifa não execute a decisão num período de pelo menos seis meses, para que possamos usar esse recurso nesse momento inesperado de crise, onde os clubes não têm receita de televisão, de venda de jogadores, de venda de camisas, de pay-per-view, de bilheterias. Infelizmente não há receita alguma. Infelizmente não tenho fórmula mágica para obter receitas- explicou.

Com o esporte mundial parado, além de outras atividades, Sette Câmara apelou para o bom senso da FIFA e de outros órgãos neste momento em que o foco é a luta contra pandemia de COVID-19, doença causada pelo coronavírus, que já matou mais de 1300 pessoas somente no Brasil.

-A solicitação é para bom senso da Fifa num tempo em que contratos de trabalho estão sendo suspensos, tributos, contratos de locação e prestações de bancos estão sendo postergadas. É uma praxe adotada em todos os segmentos, em todos os tipos de negócio, mas a Fifa não. Ela entende que, nesse caso, não tem que fazer nenhum adiamento. Quer dizer, falta bom senso numa hora dessas para ajudar os clubes.

Sette Câmara diz que o valor reservado para quitar o débito de Maicosuel, poderia garantir pelo menos três meses de salários pagos aos funcionários do clube.

-O discurso do presidente é no sentido de que só teremos futebol quando todo mundo estiver tranquilo e as organizações de saúde autorizarem. Ontem mesmo ouvimos uma declaração do ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, que os meses de maio e junho serão de dificuldade para nós aqui. Então estamos vislumbrando voltar a jogar bola em julho, na melhor das hipóteses. Como os clubes vão viver até lá? Estamos buscando encontrar recursos, depósitos judiciais e outras coisas mais para pagar o funcionário do dia a dia. O Atlético tem muitos funcionários que ganham dois ou três salários, e não quero deixar essas pessoas, são quase 500 famílias, na mão. Esse recurso poderia ser utilizado para isso, ajudaria demais. Mas a Fifa entende que vamos deixar o clube e as pessoas sem receber-concluiu.

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